Na primeira história, um avião acaba de decolar e um dos passageiros tenta dar em cima da sua vizinha de vôo. Com o tempo, eles percebem que tinham em comum um amigo chamado Gabriel Pasternak. Ouvindo a conversa, a passageira da poltrona da frente também relata conhecer a mesma pessoa. Não se pode falar mais sem contar o final, mas com certeza você vai gostar. Confia ;)
Na sequência, uma jovem funcionária de uma lanchonete de beira de estrada recebe a visita de um homem - como cliente - que no passado acabou com sua família e que não se lembra dela. Nos próximos episódios temos dois brigões de trânsito, um pai rico que tenta livrar o filho da cadeia por atropelar uma mulher grávida, um homem que tem seu carro guinchado injustamente e uma noiva que descobre uma traição no dia de seu casamento.
O roteiro também faz algumas críticas sociais no decorrer dos episódios. Aproveitadores, corrupção das elites, burocracia exagerada e até a instituição do casamento são alfinetados com uma sutileza que dá gosto de ver. O famoso tapa na cara com luva de pelica.
Podemos notar ótimas influências nesse filme, como por exemplo, o clássico Um Dia de Fúria, que tem uma espécie de releitura no que considero a melhor história desse conjunto: o personagem vivido pelo "faz tudo" do cinema argentino, Ricardo Darín, lentamente se revoltando com a intransigência do sistema de trânsito é... Impagável.
Um dos principais méritos do filme é conseguir equilibrar dois tons que permeiam o roteiro o tempo todo - um mais leve e engraçado e outro mais tenso, pesado, vingativo. Tudo sem perder os pés na realidade. Os absurdos mostrados fazem bastante sentido, já que a loucura da situação não vem do nada, mas sim é construída lentamente.
Em conclusão, a obra é uma boa pedida para quem está à procura de um bom filme fora do mainstream. Além de ser um bom lembrete de que sempre devemos dar uma conferida no que vem do cinema hermano. Recomendadíssimo!
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