sexta-feira, 28 de outubro de 2016

“ELA”, a tecnologia e um roteiro muito especial

Theodore em um de seus momentos solitários frente a Samantha

Se há uma discussão constante quando se trata da vida moderna e contemporânea, é a da relação entre homem e tecnologia. É recorrente redes sociais algumas criticas relacionadas a isso (vejam só que ironia), ou mesmo na conversa de amigos e familiares ao falarem sobre como uma determinada pessoa “não sai do celular”. Her (em cartaz como “Ela” aqui no Brasil) aprofunda essa relação ao extremo, ao ponto de Theodore Twombly, interpretado por Joaquin Phoenix, se apaixonar por Samantha, sistema operacional que se manifesta por meio da voz de Scarlett Johansson.

Spike Jonze, escritor e diretor da obra, conseguiu superar o desafio de transcender um roteiro que se fosse mal trabalhado teria tudo para ser uma história comum. Não à toa o filme foi premiado como o Melhor Roteiro Original no Golden Globe Awards e no Oscar em 2014. Ele te sensibiliza na história como um todo, pois sua construção, a atuação de Joaquin, além da trilha sonora e fotografia (belíssima e futurista como o tema do filme sugerem) guiam seus sentimentos de uma forma que você considera inevitável uma paixão que realmente parece absurda.

É interessante notar a construção desse relacionamento, pois ele não acontece do nada. A história de vida de Theodore se encaminha para o isolamento de relações humanas até chegar ao ponto de se entregar a um sistema operacional. Na sua profissão de escritor, já se sentia naturalmente muito sozinho. Sua vida amorosa não andava bem após o término de seu casamento e sua relação com amigos esfriava quando ele passava momentos de instabilidade sentimental.

Joaquin Phoenix interpretou como poucos momentos felizes e melancólicos

Por tratar de um tema tão atual, ainda que tenha sido trabalhado em um tempo futuro, o longa nos traz uma série de questionamentos. Identificamos o drama de Theodore em maior ou menor escala na nossa rotina. Não a ponto se relacionar com um sistema eletrônico (ainda, vai saber o que seremos daqui alguns anos), mas compensar a nossa solidão e nossos anseios no uso de algum tipo de tecnologia, seja ela qual for. 

O filme merece ser reconhecido como um dos melhores dos últimos anos e por isso leva 4,5 cinestrelas da produção. Se você ainda não o assistiu querido leitor, não perca tempo!

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