No começo um choque. Os dois personagens masturbam um ao outro explicitamente, sem pudor, sem censura. Calma, não estou falando de nenhum lançamento do mundo pornô, mas sim do filme Love, do diretor Gaspar Noé. O filme não é nenhum lançamento, mas acho que vale a pena comentar sobre ele, já que muita gente não viu.

Sem mais delongas, após a cena citada acima, encontramos Murphy com sua esposa Omi e filho em casa. Murphy se mostra frustrado com o relacionamento atual, o que só piora quando este recebe uma ligação da mãe de sua ex-namorada Electra. A partir dessa ligação é que a torrente de lembranças do relacionamento passado, que é o fio condutor da história, começa.
Pelas memórias podemos ver o começo, o meio e o fim do relacionamento entre Murphy e Electra de forma não linear, ponto acertado, já que as cenas representam a memória afetiva do protagonista .
Outro ponto interessante é a vontade do protagonista, estudante de cinema, de fazer um filme que represente o amor por meio do sexo. O sexo como forma de expressar o sentimento. Podemos ver que essa é a intenção do diretor que nos é comunicada usando o Murphy como porta-voz. Em boa parte do filme isso pode ser visto. O sexo entre os personagens demonstra sim os sentimentos. No começo o sexo entre os Murphy e Electra era mais carinhoso, no meio tinha energia, e no fim, muitas experimentações tentando resgatar um sentimento perdido, além de ser mecânico e raivoso.

Infelizmente, o filme também deixa a desejar em diversos pontos. O próprio sexo que ajuda muito em algumas partes, acaba se tornando repetitivo e cansativo, como se inserido a força, pra chocar. O filme poderia ser pelo menos 20 minutos mais curto se este excedente fosse simplesmente retirado. Outro ponto negativo do filme é que ele não resolve quase nada na própria história.
Vemos Murphy frustrado com o relacionamento que está, mas não fazendo nada a respeito. Lembra de Electra, liga rapidamente pra um amigo em comum e desiste novamente. Sente-se uma sensação de caminhar sem sair do lugar. O filme tem premissa interessante, mas não passa muito disso. A expressão “não fode e nem sai de cima” apesar de irônica se tratando de tal filme é verdadeira em relação ao questionamento feito por Noé, que começa bom e termina sem climax.
Em suma, se você não se importa com cenas (bastante) gráficas, Love é um filme mediano, que não vai mudar sua vida, mas te dará algo pra conversar no barzinho do fim de semana.
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