quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Eu vim barganhar a resenha de Doutor Estranho.

Começamos já dizendo que se você gosta de psicodelia, esse é o filme marvel pra você.  O filme Doutor Estranho, como nos quadrinhos, bebe tanto da fonte lisérgica que faria inveja a muito hippie ou fã de Pink Floyd. Tendo dito isso, vamos ao que interessa.
Na trama,Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) um grande e arrogante neurocirurgião sofre um acidente que deixa suas mãos sem a força e precisão necessária para cirurgias. Desesperado por uma cura, ele encontra um homem que deveria ser paraplégico. Este homem diz que foi curado em um templo no Nepal através da cura espiritual. Strange então desiste da medicina ocidental e vai em busca deste templo. Sua mente é extremamente materialista e por isso tem problemas para aceitar essa alternativa, mas a falta de opções lhe obriga a tentar.



Chegando no templo o protagonista é iniciado nas artes místicas pela Anciã (Tilda Swinton). Mas um dos ex-alunos da Maga Suprema Anciã se rebela e ameaça barganhar a própria terra com um deus da Dimensão Negra, O ex-doutor se vê obrigado a acelerar seus estudos e entrar em uma guerra mágica para salvar o planeta, ao lado de outros professores.



Este é, na minha opinião e na de muitos, o mais forte elenco para um filme "solo" da Marvel. Isso se faz necessário pois para segurar as viagens e psicodelias do roteiro e do visual, atores e atrizes de peso são o que conseguem ancorar o espectador na história. Benedict Cumberbatch chefia a trupe e traz muito do charme de seu personagem na excelente“Sherlock”. Ele é mais um dos babacas prepotentes como House, Dexter, etc que aprendemos a amar.

A hesitação ao abraçar a família de um paciente num momento de necessidade, são tão importantes quanto a dificuldade em lançar feitiços. O personagem é um homem material que aprende forçadamente que existe mais entre o céu e o inferno que nossa vã filosofia pode dizer. E mesmo quando ele entende isso, o uso da inteligência e do racional ainda são parte do personagem. Ele não perde sua essência apesar de aprender e evoluir.
Outro acerto é na escalação de Tilda Swinton no papel da Anciã. Apesar das polêmicas envolvendo um possível whitewashing, a atriz encarna dá um ar tão etéreo e sábio ao personagem que você acredita piamente que ela tem centenas de anos e é mais sábia que todos juntos da sala de cinema juntos.

Christine Palmer (Rachel McAdams) também não é a típica namorada do herói,. Ela não fica passíva no filme e espera ser salva. Ela inclusive salva o doutor! A turbulência do relacionamento dos dois, também serve para botar o personagem do Benedito "no seu lugar" por assim dizer.
Como pontos fracos podemos colocar a pouca coragem no roteiro que, apesar de ser místico e lisergico, espelha em muitos momentos a mesma estrutura do tecnológico Homem de Ferro 1. Além disso as motivações do vilão não são bem explicitadas e apesar de ser um grande mago com anos de treinamento não parece muito mais poderoso que Stephen Strange com poucos meses de treinamento. Ou seja. Ou O vilão é fraco ou o herói aprendeu rápido demais. Em qualquer um dos casos o filme deixa um pouco a desejar.



Com cores fortes, muito movimento e efeitos especiais impecáveis que parecem até uma evolução do que foi visto em "A Origem", o visual do filme é o que mais se destaca de longe. Quando as cenas carregam na psicodelia, você se sente em uma música do Jethro Tull, o que já fala por si só.

Para concluir, Dr Estranho é um filme que ousa no personagem, mas joga no seguro quando se falar de roteiro. Visual incrível e elenco idem sobem a média o deixando com uma nota de 7,5 cinestrelas ;)

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